Pe Haroldo Coelho |
Padre Haroldo, Presente!
Morreu em Brasília, nesta sexta-feira (11 de
Janeiro) em decorrência de problemas respiratórios, às 21.30h, Haroldo Coelho,
ou simplesmente Padre Haroldo, como era por todos conhecido. Aos familiares,
colegas, companheiro (a)s do PSOL e todos aqueles que viam em Padre Haroldo uma
referência, nossos pêsames.
Na luta contra a Ditadura, pela Anistia dos presos e perseguidos políticos, na defesa da moradia, principalmente no Bairro do Pirambu, ou em históricas greves operárias como a dos trabalhadores e trabalhadoras têxteis da Finobrasa em 1987, Padre Haroldo foi sempre, dentro e fora da igreja, um aliado da classe trabalhadora em sua luta contra a exploração e a opressão, o que o tornou figura sempre presente nas lutas populares.
Na luta contra a Ditadura, pela Anistia dos presos e perseguidos políticos, na defesa da moradia, principalmente no Bairro do Pirambu, ou em históricas greves operárias como a dos trabalhadores e trabalhadoras têxteis da Finobrasa em 1987, Padre Haroldo foi sempre, dentro e fora da igreja, um aliado da classe trabalhadora em sua luta contra a exploração e a opressão, o que o tornou figura sempre presente nas lutas populares.
Com este grau de engajamento e ativismo, Padre
Haroldo não se furtava à luta política. Foi candidato a governador, à época
pelo PT, em 1986, com o slogan "O Governador do Povo", quando
enfrentou Adauto Bezerra e Tasso Jereissati, representando o que havia de
melhor no campo da reorganização política e sindical dos trabalhadores ao longo
do final dos anos 1970 e meados dos anos 1980.
A atenção a estes processos de reorganização da
classe trabalhadora e de suas lutas fez com que Padre Haroldo também se
posicionasse diante da adaptação e degeneração do PT, enquanto um projeto que
representasse os anseios da nossa classe, o que o levou a ajudar a construir
uma alternativa política no campo da esquerda, o PSOL.
Quem o conhecia, sabia que o internacionalismo era
característica intrínseca à sua atividade política. As questões internacionais
o preocupavam. Participou da principal campanha anti-imperialista que se
desenvolveu em nosso país nos últimos anos: a luta contra o Acordo de Livre
Comércio das Américas. Levou para dentro de várias paróquias, comunidades e
pastorais essa discussão. Foi parte ativa dos plebiscitos contra o pagamento da
divida, pela reestatização do patrimônio público privatizado e contra a reforma
da previdência. Denunciou as intervenções imperialistas no Iraque e
Afeganistão. De discurso inflamado, com mais de 70 anos, não titubeava na luta
em defesa soberania dos povos.
Nestes últimos anos, marcados pela cooptação e
adaptação de gerações inteiras de militantes e das organizações de classe à
democracia dos ricos, enquanto a maioria de sua geração girava à direita, Padre
Haroldo não atravessou a fronteira de classe. Enquanto as maiores centrais
sindicais do país organizavam, junto às entidades patronais, primeiros de maio
em forma de show, sua presença nos primeiros de maio independente dos governos
e patrões era certa.
Terno, firme em suas convicções, duro nos debates,
homem de atividade militante e de fortaleza moral. Entre erros e acertos,
acordos e divergências programáticas construídas ao longo do caminho, nós do
PSTU saudamos a história, a memória e vida de um homem que amou profundamente
seus semelhantes e lutou, com as armas e a compreensão que tinha, ao lado da
classe trabalhadora contra as injustiças do mundo.
Que nesses tempos tão difíceis e perigosos para
esquerda, seu exemplo continue a ser lembrado por novas gerações de lutadores.
O PSTU, de acordo com sua tradição, saúda sua
presença na luta histórica da classe trabalhadora por emancipação.
Padre Haroldo, Presente!
Fortaleza, 15 de janeiro de 2013.
Direção Municipal do PSTU
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