Uma esquerda bem direitinha |
Qualquer cacique da direita brasileira, se quiser compor as fileiras do PT, pode até sofrer alguma rejeição daquele militante mais desavisado em relação ao partido, mas não das próprias lideranças. O mais provável é que o dito cacique não sofra nenhuma censura por parte dos chefes petistas; pelo contrário: “veio pra somar” ― dirão assim meio abobalhados, com cara de quem perdeu o ônibus.
E o mal disso é que o PT ainda é referência de esquerda para muita gente, gente que se paramenta de blusa vermelha, palavras de ordem, botton de Che Guevara e justifica a foto acima!? Entenda-se isto. Mas o mal disso mesmo é a confusão que reina na cabeça dos que acham que o PT é referência para os partidos de esquerda, de modo geral, sendo uma espécie de “liderança natural”, uma culminância na qual todas as siglas desembocarão fatalmente. É engano.
Diluído Brasil afora, o PT, na base, não dispõe mais de sua aguerrida militância, crítica que era e antenada com um pensamento mais à esquerda mesmo. A militância petista já é tão burocrática quanto os caciques petistas. Hoje, loucamente apegado a eleições e à burocracia dos poderes, o PT reduziu sua missão original a atender ruralistas, empresários e figuras como o Sarney, historicamente inimigo de classe.
Até o Collor, hoje senador, é base do PT da Dilma. Sem falar no Renan Calheiros e nos Ferreira Gomes, todos justificados dentro do projeto petista, que não é mais dos trabalhadores, mas da já citada burocracia, afinada que é com a empresa capitalista.
Por isso, amigo/a visitante, leitor/a deste blog, um aviso: não somos do PT. Nem desejamos ser, nem criar outro. Nessa nossa postura reside uma resistência e uma fidelidade a um projeto original, de classe, mantido pelo conhecimento e pela prática e em constante vigilância de si mesmo. Há autocrítica.
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