Ter uma visão o mais realista possível do nosso país, mesmo que nela apareçam dados cruéis e difíceis de agüentar, não significa, necessariamente, pensar sem esperança, mas pensar a esperança pessoal a coletiva a partir do que de fato existe. O que não vale é tomar a lamúria, o oportunismo e o imediatismo, ou a ilusão, por posturas políticas consequentes.
Podemos e devemos sim olhar o Brasil tal como ele é, com qualidades e problemas. Se queremos mudar as coisas, não podemos mascará-las de modo algum, como querem os que fazem apologia dos investimentos capitalistas, como se os tais fossem um ganho real (praticamente uma benção) para a classe trabalhadora.
Frei Betto, frade dominicano, escritor e ativista de esquerda, nos diz:
“Prefiro afirmar que o Brasil é um país de contrastes. Com população de 192 milhões de habitantes (dos quais 30 milhões na zona rural, onde predomina o latifúndio com grandes extensões de terras improdutivas), apenas 6,6 milhões de brasileiros se encontram na universidade. E dos 92 milhões de trabalhadores, quase a metade não tem carteira assinada.Temos a maior área fundiária da América Latina e nunca se fez aqui uma reforma agrária. Somos o principal exportador de carne e temos a segunda maior frota de helicópteros das Américas, e convivemos com a miséria de 16 milhões de habitantes (dos quais 40% têm até 14 anos de idade e 71% são negros e pardos).”
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